quarta-feira, novembro 09, 2005

O povo de Paris

[Historiador (cof, cof, muitos cofs) não resiste a uma comparação. Nem a uma citação. Desculpem.]
"O essencial é que o povo de Paris não se subleve; pode agitar-se, murmurar, ter seus acessos de febre, porém não explode, sobretudo se 'o abastecimento chega com abundância'. É esta uma das vocações da polícia enquanto ciência do governo dos homens, é esta uma das maneiras pelas quais o Estado monárquico soube, depois de Luís XIV, garantir-se contra os protestos populares. (...) O povo de Paris, por seu número, por seus hábitos, desempenha no sistema de conjunto um papael particular, já que as autoridades temem suas explosões mais que em outros lugares. O ano negro de 1709 está ali para justificar essa atenção.
(...) Dos dias frios do inverno de 1709 aos dias quentes do verão de 1789, uma mesma mentalidade explica o protesto popular. A polícia e o povo estão unidos por uma tradição em que o problema dos grãos é uma questão, não de economia, mas de política. Dizer que o povo não tem consciência política é esquecer isso ou reduzí-lo a uma consciência primitiva de sobrevivência; ora, a política dos grãos é uma política que se traduz em mística. (...) Eis por que, (...) a vontade popular fez capotar o aggiornamento da economia: feno do liberalismo para quem morre de fome, viva a taxação! A teoria não deve prevalecer sobre a prática secular, o rei não pode desejar que em nome do interesse privado se esfaime o seu povo."
(ROCHE, Daniel. O Povo de Paris: ensaio sobre a cultura popular no século XVIII. trad. Antonio de Pádua Danese. SP: Edusp, 2004. p. 355-356)

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

animada hj né? lembro de quando te dei esse livro...
bjs

11:34 AM  
Anonymous Anônimo said...

Zé, mais uma vez tentando postar aqui (embora o post seja do Adriano, não importa, né?): eu sei que tem que colocar as letrinhas, tentei váááárias vezes (e já comentei nesse sistema em outros blogs, oras) mas aparentemente há uma incompatibilidade entre meu computador e seu comentário (eita). Mas não se magoe, no blog da Kellen, mesmo sistema, acontece o mesmo. Agora estou com um probleminha: se eu continuar não conseguindo publicar o comentário, você não vai saber que não sou tão burrinha assim. E se eu conseguir, você vai realmente achar que sou burrinha e que só consegui depois de você me alertar sobre as tais letrinhas. e agora? ;)

5:46 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ai, não, que horror, agora deu certo!!! O que posso fazer para você acreditar que eu tinha tentando COM LETRINHAS antes?

5:47 PM  
Anonymous Anônimo said...

Zé,

Pois é, mas você não acredita que tudo pode piorar MESMO: entrei no orkut da Renata e vejo um Adriano. Entro na página dele, curiosa, bisbilhoto as fotos, vejo uma foto dele com um amigo meu. Escrevo um scrap enorme e meio enigmático do tipo "sou sua leitora", etc. ele responde me chamando para ser sua friend e que não entendeu nada. Eu retorno dizendo que leio os dois blogs, que escrevo um, etc, etc, etc. Qual a solução da charada? Era o Adriano errado, lógico!!! Já falei para a Renata me internar...

E agora? Quero me redimir! ;)

3:46 PM  

Postar um comentário

<< Home